A Ozonioterapia consiste em uma terapia integrativa e complementar onde o gás de
ozônio (O3) é administrado nos pacientes, por diferentes vias, a fim de melhorar a oxidação dos tecidos e reforçar a resposta do sistema imunológico humano, entre outros benefícios.
Pode ser usada para auxiliar diversos problemas de saúde, tais como:
- Tratamentos Estéticos
- Tratamento de Infecções
- Problemas respiratórios
- Doenças Autoimunes
- Doenças Osteomusculares
- Reabilitação pós Covid-19
- Câncer
No Brasil, a ozonioterapia foi introduzida em 1975, pelo médico Heinz Konrad, que iniciou a prática em sua clínica em São Paulo e com ela trabalha até hoje. Em meados dos anos 90, Dr. Edison de Cezar Philippi (in memoriam) introduziu a prática em Santa Catarina e difundiu a ozonioterapia em inúmeros cursos e congressos.
Todos os protocolos de tratamento com ozônio, são baseados no principal documento sobre ozonioterapia do mundo, a Declaração de Madri, que já está em sua 3ª Edição.
Na Legislação Brasileira, a Ozonioterapia está inserida na Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) do SUS, pela Portaria n° 702/2018 do Ministério da Saúde.
Mecanismos De Ação
O gás ozônio é o mais poderoso bactericida conhecido atualmente!!
Sendo 3.000 vezes mais eficaz que o cloro. É 100% natural, não gera resíduo químico, é sustentável e saudável.
Para entender sua atuação, é preciso saber sua bioquímica! Após a descarga elétrica gerada no aparelho, a molécula de oxigênio em sua forma diatômica (O2) se dividi, originando um terceiro átomo e assim, formando o ozônio na forma tri atômica.
A molécula de ozônio, tem atração por estruturas com dupla ligação de carbono como por exemplo: a parede celular das bactérias (peptidoglicano), proteínas presentes nos vírus, lipídios e carboidratos. O ozônio é capaz de ativar e aumentar o funcionamento da mitocôndria, acelerando o Ciclo de Krebs, gerando mais ATP’s, produzindo mais energia nas células. A decadência mitocondrial é o reflexo do estresse oxidativo, onde a mitocôndria não carreia mais o oxigênio suficiente para nutrir o funcionamento da célula.
Propriedades Terapêuticas
O ozônio possui diversas propriedades biológicas comprovadas cientificamente, entre elas, a capacidade de modular o estresse oxidativo e biológico. Por isso é imunomodulador, sendo capaz de aumentar a resposta imunológica do organismo.
Tem propriedades analgésicas e anti-inflamatórias, facilitando o metabolismo e eliminação dos mediadores inflamatórios (histamina, quinina e bradicina) e neutralizando os mediadores neuroquímicos da sensação de dor.
Possui ação antiviral e bactericida contra gram+ e gram-, bloqueia os receptores virais e mata as células infestadas por estes microrganismos.
Além disso, por ter capacidade de eliminar fungos e protozoários, possui elevado e comprovado poder desinfetante e esterilizante de água, alimentos, ambientes e superfícies.
Promove um aumento na síntese de ATP, aumento da energia celular e a flexibilidade dos eritrócitos (hemácias) é aumentada facilitando a passagem dos mesmos pelos vasos capilares, promovendo um aumento da oxigenação nos tecidos, melhorando o funcionamento dos órgãos que formam o sistema, reduzindo a isquemia em doenças cardiovasculares e doenças do envelhecimento. Ativa os macrófagos, as células matadoras naturais (natural Killer), a produção de linfócitos e a produção de CD4 -(T4).
Além disso, ativa a liberação dos fatores de crescimento, estimula a proliferação de fibroblastos e condrócitos favorecendo a regeneração celular e cartilaginosa.
Aplicações:
Podemos utilizar a Ozonioterapia de várias formas, tais como:
- Tópica: sabonetes, óleos, cremes, shampoos;
- Hidrozônio: utilização da água ozonizada;
- Bags: aplicação do gás diretamente na pele;
- Auricular: aplicação do gás no conduto auditivo;
- Intradérmica: aplicação do gás na epiderme;
- Subcutânea: aplicação do gás na hipoderme;
- Intramuscular: auto-hemoterapia menor;
- Intravenosa: auto-hemoterapia intermediária ou auto-hemoterapia maior;
- Intra-uretral: aplicação do gás no canal da uretra com sonda;
- Intra-vaginal: aplicação do gás no canal vaginal por sonda ou com o óvulo;
- Insuflação Retal: aplicação do gás, após limpeza do trato digestório, é a via de maior absorção pela mucosa;
- Infiltrativa: aplicação do gás com efeito regional, subcutâneo, intra-articular ou
Após uma avaliação será definido qual é a melhor forma para trazer todos os benefícios possíveis ao paciente.
Reações Pós Aplicação:
- Sensação de queimação e ardência;
- Hiperemia durante alguns minutos;
- Hematoma leve;
- Percepção do gás na pele durante alguns minutos
Contraindicações:
Absoluta:
- Deficiência da enzima G6PD – Glicose 6 Fosfato, chamada de Favismo ou Anemia Hemolítica Aguda;
- Hipertireoidismo Tóxico (Doença de Basedow);
- Trombocitopenia inferior a 000 com distúrbios de coagulação graves;
- Instabilidade cardiovascular grave;
- IAM – Infarto agudo do miocárdio;
- Hemocromatose (acúmulo de Ferro no fígado, pâncreas, coração e hipófise).
Relativa:
- Primeiro trimestre gestação;
- Alta concentração Ferro sérrico livre;
- Patologias com alto estresse oxidativo;
- Intoxicação alcoólica